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Para Além do Básico, as Novas Gerações Exigem Saneamento de Qualidade

Por Ivan Maia
Presidente da Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Itabuna (EMASA)
Bacharel em Administração e Direito; Pós-Graduado em Direito Público e Direito Administrativo

Os jovens de hoje não aceitam mais respostas vagas quando o assunto é meio ambiente. A Geração Z e os millennials mais novos cresceram vendo imagens de rios mortos, praias interditadas e notícias de crises hídricas. Para eles, saneamento básico não é apenas “ter água na torneira e esgoto que desaparece”. É sinônimo de saúde pública, preservação ambiental, justiça social e, acima de tudo, urgência climática. Eles cobram soluções rápidas, transparentes e efetivas — e cobram nas redes sociais, nas ruas e nas urnas.

Historicamente, o saneamento básico avançou lentamente no Brasil. Em 2010, apenas 46% da população tinha coleta de esgoto; em 2020, esse número mal chegava a 55%. Hoje, mesmo com avanços importantes, ainda temos 84,8% dos brasileiros com acesso à água tratada e cerca de 60,4% com coleta de esgoto, segundo o SNIS 2023. É inegável que progredimos, mas ainda estamos longe da universalização.

A juventude atual nasce sob o paradigma da sustentabilidade como valor irrenunciável. Conectados e ambientalmente atentos, eles não aceitam mais soluções paliativas. O impacto das mudanças climáticas, a degradação dos corpos hídricos e a escassez de recursos transformaram o saneamento de um tema técnico para uma pauta de sobrevivência coletiva. Essa pressão social vem forçando governos e empresas a reverem modelos de gestão, adotarem tecnologias inovadoras e ampliarem investimentos.

Nesse contexto, o Novo Marco Legal do Saneamento (Lei nº 14.026/2020) representou um divisor de águas. Ao estabelecer metas de universalização até 2033 — 99% de abastecimento de água e 90% de coleta e tratamento de esgoto — e ao permitir maior participação da iniciativa privada via concessões e PPPs, o setor ganhou dinamismo. Desde 2020, os novos contratos firmados já somam mais de R$ 120 bilhões em investimentos previstos, segundo o BNDES.

O caso do Rio de Janeiro é emblemático. Antes da concessão regional, a coleta de esgoto mal ultrapassava 40% em algumas áreas da Região Metropolitana. Com o novo modelo, foram pactuados mais de R$ 24 bilhões em investimentos, e a previsão é alcançar 99% de abastecimento e 90% de esgoto até 2033 — metas históricas.

Outros estados também têm avançado. No Ceará, parcerias impulsionaram ampliação de esgotamento e dessalinização. Em Minas Gerais, novos contratos permitiram acelerar a redução de perdas. No Sul, soluções de reuso e monitoramento digital já fazem parte da rotina operacional. Em todos eles, a combinação de regulação moderna, investimento robusto e cobrança social permanente é determinante.

Países como Portugal e Japão mostram que essa transformação é possível. Portugal saiu de menos de 20% de esgoto tratado na década de 1990 para mais de 95% atualmente. O Japão, que já enfrentou perdas elevadas, opera hoje com índices abaixo de 10% e cobertura universal de água potável. São exemplos que comprovam que saneamento de qualidade é resultado de planejamento, inovação e gestão profissionalizada.

Em Itabuna, a atual administração colocou como prioridade absoluta o fim da intermitência no fornecimento de água tratada. Graças ao trabalho conjunto do prefeito Augusto Castro (PSD) e da Emasa, o novo sistema de abastecimento — resultado do Projeto Mais Água para a Cidade I e II, entregue no ano de 2025, com apoio decisivo do Governo da Bahia — passou a garantir fornecimento diário, seguro e regular de água tratada para 80% da população, abrangendo as zonas sul, leste e oeste do município.

Com o Mais Água III, que conta com recursos garantidos do Governo Federal, por meio da Caixa Econômica Federal, e do Município, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ampliaremos esse avanço para a região do bairro Califórnia, Fátima, Santa Inês e adjacências. Com isso, Itabuna atingirá a universalização do fornecimento de água tratada, atendendo às metas do Marco Legal do Saneamento Básico e consolidando um novo patamar de qualidade e segurança hídrica para toda a cidade.

Assim como tantos municípios brasileiros, Itabuna está inserida nesse cenário de transformação. Aqui, a população — especialmente a juventude — deseja mais do que água na torneira: quer segurança na qualidade, rios despoluídos, esgoto tratado, transparência na gestão e soluções alinhadas ao futuro sustentável que todos buscamos. Projetos de modernização, investimentos em novos sistemas, redução de perdas e ações de recuperação ambiental fazem parte desse compromisso que assumimos como parte da atual administração municipal.

Como gestores públicos, precisamos estar à altura dessas expectativas. Investir em tecnologia, modernizar processos, respeitar os recursos naturais, diversificar fontes de abastecimento e dialogar com a sociedade não são mais opções: são obrigações. Não basta entregar o básico; é preciso ir além, com responsabilidade ambiental, eficiência e compromisso social.

As novas gerações já entenderam que saneamento básico de qualidade é sinônimo de dignidade, saúde e desenvolvimento. Cabe a nós transformar nos municípios essa compreensão em realidade concreta. O futuro nos observa — e ele está com sede de resultados.

 

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