Aparentemente, a Secretaria de Meio Ambiente de Ilhéus não existe ou resolveu fechar os olhos para os absurdos cometidos pela gestão da renovação, comandada pelo prefeito Valderico Junior.
Primeiro, foram as podas e cortes de árvores na Avenida Soares Lopes, algo que o próprio Valderico criticava com veemência durante a gestão de Mário Alexandre, seja em sua rádio Gabriela FM, seja através de seu colega de partido, Vinícius Alcântara, que até então se apresentava como o principal defensor do meio ambiente na cidade. Hoje, ambos silenciam.
Enquanto isso, seus apoiadores seguem defendendo cegamente a gestão. Muitos o fazem por conveniência: possuem cargos comissionados, contratos com a máquina pública ou veem parentes e amigos beneficiados pelo governo. O interesse pessoal passou a falar mais alto que o compromisso com a cidade.
Mais recentemente, Valderico promoveu o antecipado “Meu São João Amado” e retirou areia da praia para usar no evento, cometendo um crime ambiental que foi denunciado publicamente por esta redação e também pelo vereador Maurício Galvão. A remoção da areia pode causar erosão costeira, desequilíbrio no ecossistema marinho e prejuízos à fauna e flora local, além de ferir leis ambientais claras.
Agora, a denúncia mais recente que chegou à nossa redação envolve o corte de uma árvore centenária localizada em frente ao restaurante Barrakitika. A árvore, que oferecia sombra a moradores, comerciantes e frequentadores, também servia de abrigo para maritacas. O corte revoltou quem vive e circula pela área, mais uma vez sem qualquer posicionamento da secretaria responsável.
A situação está tão descontrolada que até mesmo aliados do prefeito, os chamados “menudos”, começaram a reclamar nos grupos de WhatsApp. Na semana passada, criticaram o fato de Valderico manter licenças ambientais para postos de combustíveis na beira da praia, cobrando que ele voltasse atrás. A insatisfação interna começa a vazar.
Enquanto isso, o vereador “ambientalista” segue em silêncio. Talvez ocupado demais tentando derrubar seu colega de partido, Tandick Resende, tenha esquecido que seu dever como parlamentar é fiscalizar o executivo. Pior ainda, esqueceu que foi eleito justamente por defender pautas ambientais com fervor durante a gestão anterior.
Ilhéus assiste, mais uma vez, à destruição do seu patrimônio natural diante da omissão de quem prometeu renovação, mas entrega retrocesso.