De fato, a secretária de Educação, Evani Cavalcanti, está correta ao dizer que a contratação emergencial era necessária. Mas a questão não é a urgência da merenda escolar... O que está em jogo é o valor exorbitante do contrato.
Estamos falando do nono maior contrato da história da Prefeitura de Ilhéus. Para se ter ideia, na gestão anterior, o contrato da merenda escolar custava R$ 4.5 milhões (3.6 milhões + aditivo de 894 mil). Agora, a nova gestão fechou um contrato de R$ 15,5 milhões!
Os números não fazem sentido
A rede municipal tem 18 mil alunos, segundo o último Censo de 2023 que consta no portal QEdu. Considerando os 180 dias letivos e o valor estipulado pelo governo federal para merenda escolar, que varia de R$ 0,50 a R$ 1,37 por aluno/dia, o custo não ultrapassaria R$ 5,4 milhões.Se aplicarmos inflação e um aumento de 20% no número de alunos, o valor máximo chegaria a R$ 7 milhões. Mas nunca R$ 15,5 milhões!
A contratação sem licitação levanta suspeitas
Na mesma entrevista, a secretária alega que não escolheu empresas de Ilhéus porque uma de fora ofereceu a "melhor proposta".
Mas como essa empresa poderia oferecer a melhor proposta, se o objeto detalhado do contrato não foi publicado no Diário Oficial?
- Quais foram os itens ofertados pela empresa vencedora?
- Por que exatamente essa empresa ganhou?
- Por que o contrato tem esse valor tão alto?
E tem mais… antes de assinar esse contrato, a secretária e o prefeito Valderico Júnior pesquisaram sobre a empresa e seu dono?
Se pesquisaram, devem saber que:
- O dono do CNPJ muda constantemente a fachada da empresa.
- Sempre que o Google Maps registra a rua onde fica a sede da empresa, ela está fechada.
- Antes dessa empresa, ele tinha outra no mesmo endereço, com a mesma atividade comercial, e transferiu para um homem chamado Leandro, da cidade de Wagner - Bahia. (Confira no site oficial da receita federal)
- Por que ele transferiu a empresa e abriu outra igual no mesmo lugar?
- Por que esse empresário sempre ganha contratos em prefeituras ligadas a ACM Neto?
O Ministério Público da Bahia, o Ministério Público Federal e outros órgãos fiscalizadores já foram informados sobre essa denúncia.
E mais: não adianta ameaçar, caluniar ou tentar me silenciar. Não vou me calar!
Se não querem ser questionados, não ajam de forma questionável!