A Prefeitura de Ilhéus, sob a gestão do prefeito Valderico Júnior, decidiu transformar a Virada Ilhéus 2026 em um dos eventos mais caros da história recente do município — enquanto a cidade afunda em abandono, serviços precários e promessas não cumpridas.
Somente em cachês artísticos, os valores já chamam atenção — e indignação:
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Alok – R$ 1.000.000
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Manu Bahtidão – R$ 800.000
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Thiago Aquino – R$ 350.000
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Parangolé – R$ 300.000
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Tuca Fernandes – R$ 260.000
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Trio da Huanna – R$ 150.000
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Patrick Levi – R$ 120.000
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Taynã Agazzi – R$ 120.000
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Andinho – R$ 12.000
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Luan Costa – R$ 12.000
👉 Mais de R$ 3 milhões apenas em artistas.
CONTRATO COM A PAZINI: UMA ESCALADA DE ADITIVOS MILIONÁRIOS
Como se não bastasse, a Prefeitura mantém contrato com a empresa Pazini Som, Luz e Festas Ltda, cujo objeto é extremamente amplo, genérico e perigoso do ponto de vista do controle público:
locação de estruturas, equipamentos, mão de obra, logística, planejamento, execução, ornamentação, alimentação, transporte e apoio para eventos promovidos ou apoiados pelo Município.
O contrato:
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2023: R$ 9 milhões
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2024: aditivo de R$ 2,3 milhões
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2025: novo aditivo de R$ 12,5 milhões
📌 Total acumulado: mais de R$ 23 milhões.
📌 Somente o último aditivo é R$ 10 milhões maior que o aditivo do ano anterior.
Isso tudo em um município que vive reclamando de “bloqueios”, “heranças malditas” e “falta de recursos”.
EVENTO 100% PÚBLICO, LUCRO 100% PRIVADO
O escândalo se aprofunda quando uma empresa privada passa a vender camarotes dentro de um evento custeado integralmente com dinheiro público, sem que exista, até o momento, qualquer contrato público divulgado autorizando:
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cessão de espaço público
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exploração comercial
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uso de estrutura municipal
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contrapartida financeira ao município
Ingressos do chamado Camarote Elegance chegam a:
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R$ 250 (meia)
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R$ 400 (inteira) na noite do dia 31
💰 Lucro privado garantido
📄 Transparência pública inexistente
USO DE MÁQUINAS DA PREFEITURA PARA ESTRUTURA PRIVADA?
A situação ficou ainda mais grave quando imagens circularam mostrando um rolo compactador identificado com a marca da Prefeitura preparando o terreno na Avenida Soares Lopes, exatamente na área onde seria instalado o camarote privado.
Para muitos, o recado foi claro:
➡️ equipamento público
➡️ servidor público
➡️ serviço pago pelo contribuinte
➡️ beneficiando diretamente uma empresa privada
Isso não é detalhe. Isso é indício grave.
O QUE DIZ A LEI
A Constituição Federal é clara.
Art. 37: a administração pública deve obedecer aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
A Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92) considera ato ímprobo:
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permitir enriquecimento ilícito de terceiros com recursos públicos
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usar bens e serviços públicos para beneficiar interesses privados
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agir contra os princípios da administração pública
👉 Dependendo da apuração, pode gerar responsabilização administrativa, civil e política.
MILHÕES EM FESTA, MIGALHAS PARA A CIDADE
Enquanto a Prefeitura gasta mais de R$ 10 milhões em eventos, Ilhéus segue enfrentando:
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Feira do Malhado abandonada, fedorenta, tomada por urubus
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General Osório largado
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Centro alagando a cada chuva
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Buracos por toda a cidade
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Trânsito caótico, mesmo após mais de R$ 9 milhões em semáforos
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Asfalto que não chega às periferias
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Patinetes restritos às áreas “bonitas”
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Distritos com estradas cada vez piores
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Postos de saúde abandonados
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Iluminação pública precária
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Transporte público ineficiente
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Saneamento básico vergonhoso
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Servidores reclamando de desvalorização e tratamento desigual
E A ARRECADAÇÃO, PREFEITO?
Segundo o IBGE, Ilhéus arrecadou cerca de R$ 800 milhões no ano passado, em uma curva de crescimento herdada da gestão anterior.
Em 2025, a expectativa era de arrecadar quase R$ 1 bilhão.
A pergunta é simples — e incômoda:
➡️ O que foi feito, de concreto, com esse dinheiro?
➡️ Foi para empresas de ônibus?
➡️ Para festas?
➡️ Para contratos inflados?
➡️ Para publicidade?
➡️ Para consultorias?
➡️ Para aluguel de carros e imóveis?
➡️ Para combustíveis?
➡️ Para advocacia?
QUAL A ENTREGA REAL PARA O CIDADÃO ILHEENSE?
Não se trata de ser contra festa.
Trata-se de prioridade, legalidade e respeito ao dinheiro público.
Quando a gestão reclama de bloqueios judiciais, mas torra milhões em eventos, autoriza lucro privado sem transparência e abandona a cidade real, o discurso perde qualquer credibilidade.
Ilhéus não precisa de camarote VIP.
Ilhéus precisa de gestão, respeito e responsabilidade.
Se o poder não serve ao povo o povo precisa saber.
A Prefeitura de Ilhéus foi procurada através da superintendente de comunicação e do secretário da Casa Civil e não se pronunciaram.
Fonte : Prefeitura de Ilhéus, Ilhéus24, O Tabuleiro (Vila Nova), Q2INGRESOS
David Reis

