A Prefeitura Municipal de Ilhéus está novamente no centro de um escândalo. Após o contrato de merenda escolar no valor de R$ 15,5 milhões, que já está sob análise do Ministério Público, agora a gestão do prefeito Valderico Júnior firmou um contrato de R$ 315 mil com uma microempreendedora que trabalha na rádio da família do prefeito.
📦 O contrato das quentinhas
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Empresa contratada: Rosilene Rodrigues dos Santos MEI
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CNPJ: 42.654.873/0001-68
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Objeto: Fornecimento de quentinhas prontas (arroz, feijão, macarrão, duas carnes, legumes)
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Período de vigência: 13/02/2025 a 13/05/2025
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Valor total: R$ 315.000,00
Segundo estimativa com base em preços médios da cidade, o contrato corresponde a cerca de 15.750 quentinhas, ou 242 marmitas por dia útil. A empresa é uma MEI — ou seja, por lei, só pode ter um funcionário. Como dar conta de tamanha demanda?
📻 O vínculo com a Gabriela FM
Nas redes sociais da própria Rosilene Rodrigues, consta que ela trabalha na Gabriela FM, rádio controlada pela família do prefeito Valderico Júnior. A informação foi confirmada por Renatinho BadBoy, gerente da emissora, que também revelou que o marido da contratada também atuava na rádio.
A contratação da funcionária da rádio do prefeito por sua própria gestão sem licitação levanta sérias suspeitas de favorecimento, conflito de interesse e desvio ético.
🧺 O segundo contrato: R$ 1,2 milhão em alimentos crus
Logo após o contrato das quentinhas, a Prefeitura assinou outro:
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Empresa: PANN Comércio Varejista e Atacadista de Produtos Alimentícios LTDA
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CNPJ: 10.763.138/0001-04
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Objeto: Fornecimento de alimentos in natura para secretarias municipais
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Valor: R$ 1.285.482,90
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Data de início: 06/03/2025
A dúvida é inevitável: se a Prefeitura já estava comprando marmitas prontas, por que precisaria comprar comida crua? Para onde vai esse volume de alimentos? Há cozinha municipal funcionando em paralelo? Quem está fiscalizando?
🚨 Falta de transparência e prestação de contas atrasada
Além dos contratos suspeitos, a Prefeitura segue acumulando falhas de transparência:
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Não há planilhas públicas com especificação dos itens adquiridos;
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Não há controle claro de entregas ou fiscalização;
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Até o momento, só há prestação de contas do mês de janeiro — publicada com atraso e sem detalhes.
❓ Perguntas que a população exige resposta:
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Por que contratar quentinhas e, em seguida, comida crua?
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Como uma MEI assumiu uma demanda tão alta sem estrutura compatível?
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Quem fiscaliza se as entregas foram feitas?
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Por que os dados não estão disponíveis no portal da transparência?
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Cadê o Ministério Público, o TCM e a Polícia Federal?
📣 Conclusão
Enquanto o povo enfrenta filas na saúde e ruas esburacadas, o “governo da renovação” parece preocupado em alimentar contratos gordos — e sempre com os mesmos nomes à mesa.
A equipe do Novas Notícias seguirá acompanhando o caso e exigindo respostas. Afinal, o dinheiro público não é banquete de compadres.