Nesta semana, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) fez uma fala polêmica ao sugerir "levar bolsonaristas para a vala". Rapidamente, ACM Neto correu para condenar a declaração, interpretando-a como se o governador estivesse incitando a morte de opositores.
No entanto, o ex-prefeito de Salvador parece ter memória seletiva — ou age com conveniência política. Ignora o histórico autoritário do carlismo, grupo ao qual pertence, conhecido por perseguir adversários políticos. E, mais grave ainda, silenciou diante das declarações violentas de Jair Bolsonaro, como quando o ex-presidente sugeriu "fuzilar petistas" — sem que, até hoje, se tenha ouvido uma crítica pública de ACM Neto a esse tipo de discurso.
Além disso, sua interpretação da palavra “vala” revela, no mínimo, desconhecimento. Vala é, tecnicamente, uma escavação no solo, usada para drenagem, condução de águas ou instalação de encanamentos — inclusive de esgoto. E esgoto é, simbolicamente, o destino mais apropriado para ideias carregadas de ódio, negacionismo e egoísmo político.
O esgoto político é o lugar para aqueles que, mesmo tendo oportunidades, pouco ou nada fizeram. Que deixaram aliados para trás e governaram pensando apenas em si mesmos. Hoje, colhem a rejeição até daqueles que antes os defendiam.
A esquerda não deseja a morte de ninguém — tampouco deseja doenças, como fez um certo ex-presidente ao desejar câncer a um opositor. A esquerda quer, sim, que quem propaga ideias ultrapassadas e age com ineficácia diante da sociedade, caia no esquecimento político.
Porque há ideias e práticas que, definitivamente, pertencem à vala — do ostracismo.
Redator : David Reis
